O prefeito Alex de Freitas, acompanhado do vice-prefeito William Barreiro, prestou esclarecimentos nesta terça-feira (19) sobre uma série de notícias falsas espalhadas com o propósito de conturbar o trabalho que a Prefeitura de Contagem vem fazendo desde o início desta gestão, em janeiro de 2017, para dar mais qualidade de vida à população. Alex foi espontaneamente à Câmara dos Vereadores e abordou vários temas na 3ª Reunião Plenária de 2019. Além de rebater as Fake News, o prefeito falou sobre o andamento de projetos, inclusive muitos que já passaram pela Casa, dos desafios da Administração e do empenho para continuar promovendo as melhorias na cidade. De forma respeitosa aos parlamentares e demais presentes, o chefe do Executivo Municipal repudiou qualquer tentativa de tirar proveito político com as inverdades ditas em discursos na Câmara ou por meio das redes sociais e se emocionou ao destacar os efeitos que elas causaram entre seus familiares. Veja a íntegra da fala de Alex de Freitas:
RELAÇÃO COM OS VEREADORES "Foi aqui que começou nos últimos dias uma Fake News que me ocasionou sérios constrangimentos, também à minha família, e venho aqui prestar contas nesta Casa do Povo, olhando nos olhos de cada um dos senhores e mandando uma mensagem para a boa gente da cidade de Contagem. Vou aproveitar para abordar outros temas polêmicos, inverdades ou verdades parciais que estão sendo ditas por várias pessoas, inclusive, infelizmente, por vereadores aqui na Casa. Nos últimos tempos têm sido dito que aqui eu tenho serviçais, que alguns vereadores, ou a maioria, são comprados pelo prefeito, o que é uma mentira, e cada um dos senhores sabe disso. Temos vencido as votações, as vezes com muito aperto, mas sempre com muito debate. Tenho vindo a essa Casa sempre que solicitado, que necessário, pois temos apresentado projetos polêmicos, difíceis, para cada um dos senhores votar. É difícil para o vereador e eu compreendo isso, e digo isso para minha assessoria que diferentemente do Executivo, que trabalha com médio e longo prazo, o vereador disputa todo dia um espaço. E ele é mais sensível à pressão popular. Compreendendo isso e sigo desde que assumi o governo dialogando com essa Casa. No meu estilo, mas sempre respeitoso, jamais persegui alguém aqui, jamais persegui os meus adversários políticos".
RESPEITO AOS EX-PREFEITOS "Todos sabem que eu trabalhei sete anos com a ex-prefeita Marília Campos, cheguei a ser secretário. Nunca fiz nenhuma afirmação negativa nem ataque moral à figura humana dela. Ninguém jamais ouviu, simplesmente porque ela não merece. Posso ter divergências políticas, ideológicas, de posicionamentos, mas falo com muito respeito e acho que ela merece a votação que recebe sempre, o destaque na cidade de Contagem. Independentemente se ela já me apoiou um dia ou não, seja lá o que ela pense de mim. O que importa em cada um de nós é a consciência. Tenho na minha cabeça, e todos que me conhecem sabem, que fiz uma campanha combativa ao governo do ex-prefeito Carlin Moura, criticando ações do governo, mas vocês não vão encontrar registros de ataque à figura humana dele, algo que colocasse a família dele envergonhada. Tenho coragem de fazer a disputa política, mas faço o bom combate. É da vida pública. Tenho oposição nesta Casa. Muitos aqui votaram contra o governo e me fizeram crítica. Isso é importante, aprimora a democracia. Quantas vezes enviamos projetos para cá e a oposição descobriu falhas nele? Ou mesmo a situação. É para isso que essa Casa serve, para aprimorar as decisões do destino desta cidade".
PARTICIPAÇÃO EM OUTRA CAMPANHA "Queria lembrar um acontecimento, muitos aqui já eram vereadores naquela época e vão se lembrar. No primeiro mandato da Marília Campos ela enfrentou um preconceito muito grande. Era a primeira prefeita do PT, a primeira mulher a governar a cidade. Muitos foram os ataques. Me lembro de uma frase que ficou muito marcada: ‘Essa mulher não está fazendo nada’. Era um outro momento do país, ela foi para a reeleição completamente desacreditada, montaram um esquema para transformá-la em inimiga dos evangélicos. Foi um disputa terrível, os evangélicos se mobilizaram e para desfazer isso foi um custo muito grande. Passou a campanha, que na época era de 90 dias, perdemos o primeiro turno para o ex-prefeito Ademir Lucas, e com muito luta, com a minha participação, inclusive, e muita dedicação naquele momento, havia oito candidaturas a prefeito, mas ela foi para o segundo turno, venceu as eleições e fez um segundo mandato infinitamente melhor que o primeiro".
ANOS DIFÍCEIS "Eu digo isso porque tenho consciência, desde que assumi a Prefeitura, desde que vencemos as eleições, que as lutas são muito grandes. Não imaginávamos passar por dois anos tão difíceis. Peço licença para falar da crise. É impossível que as pessoas aqui nesta Casa, preparadas como são, não reconheçam a crise que o Estado de Minas atravessa e o que isso tem proporcionado às prefeituras. Mais de 90% delas não conseguiram pagar o 13º salário, estão com dificuldade de manter hospitais e postos de saúde abertos, com dificuldade de pagar a folha. Sexta-feira conversei um pouco por telefone com o prefeito de Betim (Vittorio Medioli), a nossa famosa prima rica, cuja Receita voltou para o patamar de 2012. Uma crise alarmante. A Prefeitura de Betim, que a gente achou que nunca mais alcançaríamos, hoje o nosso orçamento ultrapassou. Eu vejo as pessoas dizendo ‘mas tem dinheiro sim, vi o orçamento que a Câmara aprovou, de R$ 2,4 bilhões’. É preciso que a gente diga ao povo que não tem preparo para entender a diferença de orçamento e receita corrente líquida, mas os vereadores sabem. Esta Casa aprovou empréstimos de centenas de milhões de reais e fizeram bem em aprovar, pois a gente precisa das obras de infraestrutura. Mas cada um destes financiamentos só pode ser gasto para aquilo que ele foi proposto. Tem um órgão fiscalizador, regulador, não posso tirar daqui para cobrir acolá".
[caption id="attachment_28165" align="alignleft" width="300"] O prefeito foi espontaneamente à Reunião Plenária[/caption]CRISE ECONÔMICA E IPTU "Nós estamos enfrentando dias muitos difíceis desde o final do ano passado e quero dizer aqui a todos. Os que votaram a favor, contra, os favoráveis e os que não são. Digo isso com a minha consciência absolutamente tranquila, porque vivemos dias muito difíceis, eu e o William, em dezembro de 2016, para tomar a decisão mais importante das nossas vidas, e porque não dizer uma das mais importantes da história desta cidade, que é a questão do IPTU, em que essa Casa, num determinado momento, fez uma audiência pública e vez ou outra vejo alguém usando a fala do promotor Fábio Nazareth. Eu não compareci à audiência pública mas estive no dia seguinte com ele, ou dois dias depois, eu e uma comissão da Prefeitura. Tudo que ele falou é verdade. O Executivo pode mandar para esta Casa um projeto isentando qualquer imposto, desde que, e é isso o mais importante, que apresente junto um estudo de impacto orçamentário-financeiro que comprove que o Município tem condição de abrir mão daquela receita. E eu pergunto aos senhores e às senhoras: alguém aqui duvida que essa receita é fundamental para a Prefeitura tocar os seus trabalhos? Ai de nós se não fosse o IPTU no ano passado. A Prefeitura teria fechado as portas em setembro. Foi com esse recurso que a gente conseguiu (honrar os compromissos). O cidadão de Contagem merecia um tratamento muito melhor, mas a gente não teve condições, pois tivemos retido pelo governo do Estado um montante que hoje chega a R$ 230 milhões. Isso faz falta para uma cidade do porte de São Paulo, para a capital de Minas, quanto mais para Contagem, e vocês vereadores, que circulam pela cidade, conhecem os graves problemas históricos que ela tem".
COMPROMISSO COM OS APOSENTADOS "Quando assumimos, em 2017, o primeiro compromisso com os aposentados da Prefeitura foi pagar um déficit de R$ 13 milhões anual. No ano passado, a Prefeitura teve que tirar do Tesouro para pagar os aposentados R$ 43 milhões. Neste ano, estamos prevendo um déficit da Previdência do Município de quase R$ 65 milhões. Nós vamos lançar agora em abril o IPTU Residencial, algo em torno de R$ 85 milhões. Com muito esforço, muita cobrança, a gente deve recolher em torno de R$ 55 milhões, R$ 60 milhões. Ou seja, é para pagar os aposentados. Temos servidores solicitando reajuste, tive na semana passada uma reunião com mais de 2 mil servidores da Educação e disse o quanto eu gostaria de dar esse reajuste. Qual governante não gostaria? Quem não quer ficar livre de um sindicato combativo como o SindUTE na porta, cumprindo o papel de pedir melhorias para a sua categoria. Ninguém quer sofrer esse tipo de pressão. Ocorre, e isso não dá para esconder, que a gente atravessa uma crise".
EFEITOS DAS FAKE NEWS "Tenho dito isso com muita responsabilidade, tenho muito orgulho de representar minha gente, e estou passando por momentos muito difíceis. Semana passada foi incrivelmente triste. Vocês têm família e sabem como é chegar em casa e encontrar a esposa chorando. Tenho mãe idosa, uma filha adolescente, parentes e amigos nesta cidade. Felizmente, a maior parte das mensagens que recebi depois da Fake News foi de entusiasmo e encorajamento. Mas como meu telefone está em vários grupos de WhatsApp, muita gente se atreveu, alguns indignados, e eu compreendo, pois se acreditam que aquilo é verdade têm toda razão de estar indignados, mensagens muito agressivas. Política tem que ser feita, como tudo na nossa vida, com dignidade. Temos que ter a cabeça erguida e há um limite para que as coisas aconteçam. Eu topo oposição, topo enfrentamento, mas sem baixar o nível. Ontem eu visitei a Belgo Bekaert, que é uma empresa instalada há 60 anos neste Município. Toda a diretoria, o CIO estava lá nos esperando, e tive que começar minha fala contando a versão de que aquele prefeito que estava lá não estava fazendo farra com o dinheiro público, que aquela notícia era mentirosa, e levei a informação correta. Isso para começar bem uma reunião com uma das maiores empresas e maiores contribuintes da cidade. Quem espalha notícia falsa não ridiculariza o ser humano prefeito. Antes fosse, mesmo já estando errado. Mas coloca em xeque, em risco, a reputação de toda uma cidade".
REELEIÇÃO "Tenho dois anos de mandato e estão me tratando como se eu fosse candidato e estivéssemos às vésperas de uma eleição. Tenho tomado decisões duríssimas e disse quando me candidatei que eu agiria como se não houvesse releição. A reeleição levou este país para os seus piores dias. Foi com gente tomando decisão pensando em reeleição que o país, o Estado e Contagem deixaram de avançar em muita coisa. Tenho confiança nas decisões que tenho tomado e a consciência tranquila de que nem sempre a gente acerta. Eu sou humano, eu falho, mas não saio de casa tentando errar. Temos tentado acertar e enfrentado com muito trabalho essa crise que está aí. Estou sendo achincalhado desde que venci as eleições. Tenho coragem para sair de casa, não sou agredido nas ruas, as vezes tenho que dar explicações, pois é meu dever explicar as coisas à população, mas eu ando de cabeça erguida. Quero dizer que esse prefeito não é bandido, ele não faz safadezas, como fui acusado aqui neste Plenário. Quero dizer que tenho a consciência tranquila e mandar uma mensagem para os meus amigos e minha família, de que eles não vão se envergonhar dos meus atos. Não tenho nenhuma vergonha de dizer para vocês que nunca me envolvi em corrupção".
LICITAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO "Estão dizendo que a gente não enfrentou a situação do transporte. É possível fazermos uma licitação do transporte público em tempo recorde? Lançamos um edital que foi contestado pelas empresas, o Tribunal de Contas (do Estado de Minas Gerais) pediu que a gente modificasse, fizemos as modificações, outra audiência pública, e a esperança é que a gente consiga neste primeiro semestre liquidar este processo, em uma cidade que nunca fez isso corretamente. Eu não fui comprado e nem serei pelos empresários de ônibus. A minha caneta não está à venda para eles e nem para outros. Fizemos agora a licitação do Terminal Ressaca e a vencedora um mês depois decretou falência. Temos que esperar a reprogramação na Caixa Econômica Federal. Temos que encarar o desafio de tocar projetos de obras, porque tudo que começa errado infelizmente termina errado. O viaduto do bairro Cabral, onde mora a minha mãe, conhecido como viaduto das Américas, perto do Shopping Contagem, me causa um desgaste terrível. Isso foi judicializado. Havia uma diferença de R$ 5 milhões entre o que a Prefeitura pagou e o que a empresa achava que tinha que receber. A Prefeitura entrou em acordo com a empresa, a Justiça saiu de cena, a Caixa Econômica Federal autorizou, a Prefeitura fez um pagamento recente e a empresa está trabalhando a todo vapor. Nós temos a esperança e o compromisso desta empresa de que a obra será entregue até 1º de maio. É uma obra iniciada no governo anterior, mas que pertence à cidade".
VERDADE SOBRE A VIA EXPRESSA "Dizem que em relação à Via Expressa eu fico tirando onda, mas foi o Carlin que conseguiu o dinheiro e o Estado que liberou o recurso. Não é verdade. Foi feito um convênio, mas o governo do Estado não pagou. A Prefeitura que teve que pagar, os contribuintes de Contagem que pagaram aquela conta. Está aí a Via Expressa bem feita. Temos tantas outras obras para tocar ao longo destes dois anos e elas vão mudar a cidade. Vão dizer que o prefeito está deixando as obras para o final do mandato porque é candidato à reeleição. Não é verdade. As coisas demoram a andar. As idas e vindas a Brasília, do prefeito, do vice-prefeito e toda a equipe de governo têm como principal objetivo duas frentes, que são conquistar recursos e desembaraçar os problemas que estes contratos geram, sejam de emendas parlamentares ou de financiamentos. Entro no Ministério das Cidades e do porteiro ao ministro sabem quem eu sou, sabem que somos de Contagem por causa das tantas vezes que já fomos lá discutir. Então, mesmo com toda a dificuldade que eu mencionei, a crise financeira que assola o Estado de Minas Gerais, Contagem tem condição de passar por isso com dignidade".
DÍVIDA DO ESTADO "Como presidente da Frente Mineira de Prefeitos, tive uma conversa com o governador eleito (Romeu Zema) e ele nos pediu um prazo até o início de fevereiro para normalizar a situação do repasse. Lamentavelmente ele ainda não cumpriu. Somente em 2019 o Estado deve a Contagem algo em torno de R$ 60 milhões. É dinheiro do Fundeb, do IPVA, do ICMS e da Saúde. No ano passado, só na Saúde deixaram de nos repassar R$ 70 milhões. É uma situação delicada. É preciso que todos nós, que temos responsabilidade com os milhares de votos que recebemos, que a gente esteja unido não em torno de uma eleição, mas de uma cidade. O Estado de Minas Gerais é muito importante, tem que resolver seus problemas, mas não pode resolver com o dinheiro que não lhe pertence. Esse dinheiro que o Estado está deixando de repassar é do povo de Contagem e para o interesse do Município. Temos a esperança de que a situação se normalize neste mês para que a gente consiga normalizar também a conservação da cidade, o tapa buraco, a capina, como a cidade merece. Precisamos enfrentar uma realidade. Nosso pavimento tem mais de 40, 50 anos, e precisa ser trocado. Tapa buraco é jogar dinheiro fora. Mas a gente tem que tampar até conseguir os recursos e os financiamentos aprovados aqui para melhorar a malha viária. Nosso desejo é fazer de 60 a 100 quilômetros de revitalização de pavimento na cidade, algo que jamais foi feito na história".
NOVO PLANO DIRETOR "A Câmara também aprovou o novo Plano Diretor. Dizem que o prefeito quer acabar com Várzea das Flores. O Plano Diretor normatiza algumas coisas, mas não se sobrepõe à Legislação Federal, que trata das nascentes, do topo de morro, da Mata Atlântica e vestígios dela, dos mananciais. A única alteração do Plano Diretor foi deixar de tratar esta parte da cidade como zona rural. Não queremos loteamento ali. A segunda etapa vem para esta Casa até o início do mês que vem, a Lei de Uso, Parcelamento e Ocupação do Solo. Conseguimos um financiamento, por exemplo, para a avenida Maracanã, que cria um novo eixo de desenvolvimento na (Regional) Sede, mas proporciona à região de Vargem das Flores, onde vivem cerca de 100 mil pessoas, a oportunidade de diminuir o tempo entre Nova Contagem e o metrô em 30 minutos. Ou seja, o desenvolvimento está se aproximando de lá. Com a mudança do Plano de Diretor a gente pode ocupar as áreas que forem permitidas e que não colocarão em risco a Bacia de Várzea das Flores, com a indústria limpa e outros empreendimentos que não poluam, mas que levem emprego e desenvolvimento para aquela região sofrida, como todos sabem. Não falo isso como discurso para agradar aquela população, é nossa obrigação fazer isso. Aquele território continua sendo uma Área de Proteção Ambiental (APA). O Instituto Estadual de Florestas (IEF) tem gerência sobre ele, a caneta do prefeito, vice-prefeito e do secretário de Meio Ambiente não pode derrubar Mata Atlântica, não pode destruir nascente, não pode acabar com área de recarga. Vamos ser decentes. No nosso governo não derrubamos uma árvores naquela região. A represa está com o nível maior dos últimos 20 anos, graças à chuva. Queremos impedir a ocupação irregular, que é o que mais destruiu aquela represa. Vejo gente pegando o celular para gravar vídeo, que agora passou a defender o meio ambiente sem nenhum preparo e conhecimento, e que mora em loteamento clandestino no que há de mais precioso de Mata Atlântica na região. Não é barracão de quem não tinha condição, mas mora em uma casa muito boa, padrão Hibisco, e teve que derrubar árvore para fazer o imóvel no loteamento clandestino. Com esse nível de cinismo a gente não chega a lugar nenhum. Temos o mesmo interesse que qualquer ambientalista, queremos desenvolvimento sustentável de toda a cidade, inclusive do território de Vargem das Flores".
TERRENO DO CCE IRIA DINIZ "Alguns disseram que este prefeito é corretor de imóveis e boa parte disso se deve ao acordo celebrado com a (extinta) Conparq naquele imóvel do Iria Diniz, uma dívida de R$ 120 milhões que a Prefeitura não tinha condições de pagar, alguém ocupou aquilo ali e não pagou a empresa. Conseguimos um acordo, homologamos isso na Justiça e devolvemos parte deste imóvel ao proprietário. Ficamos livres de R$ 120 milhões de precatórios e uma dívida que inviabilizaria o Município. Todo este debate começou no governo anterior e eu tenho muito orgulho de tê-lo celebrado, pois isso aliviou o caixa da Prefeitura".
GESTÃO COMPARTILHADA DA SAÚDE "A gestão compartilhada na Saúde está sendo chamada de privatização. Tentamos fazer a licitação quatro vezes. O Ministério Público acompanhou de ponta a ponta. Estive com a empresa dois ou três dias depois que fizemos o anúncio do vencedor, uma única vez. Esperamos com isso a boa experiência que outras cidades e Estados viveram, uma gestão compartilhada que proporciona à população mais eficiência, agilidade no atendimento, com maior número de pessoas atendidas. É isso que a gente espera, nosso esforço é nesta direção. Não existe terceirização da Saúde".
ESCOLA EM TEMPO INTEGRAL "A Parceria Público Privada (PPP) da Educação, a Escola em Tempo Integral, que eu tive a oportunidade de conhecer na Finlândia, país que até a década de 60 não tinha nem estrada asfaltada. Hoje, por meio da revolução pela Educação, é um modelo para o mundo, país com maior nível de desenvolvimento humano, maior índice de desenvolvimento da Educação, e lá a gente foi se inspirar. Estão dizendo que vai custar R$ 7 bilhões em 30 anos e que a gente pode fazer um contrato de dez anos apenas. O estudo que está proposto, e isso será definido em licitação, é de algo em torno de R$ 630 milhões em 30 anos. É um modelo semelhante, um pouco aperfeiçoado, do que Belo Horizonte fez para a educação infantil, que dá inveja e todo mundo elogia as Umeis da capital. Dá briga para a classe média colocar menino lá, para que os professores e diretoria cuidem tão somente do que é pedagógico e da gestão do ser humano que está ali. Todas as outras partes, os outros serviços, são prestados por este parceiro. E é nessa direção que a gente está seguindo. Se é de 10, 20 ou 30 anos, isso vai de acordo com a capacidade de pagamento. Quando alguém financia um imóvel, ele pode financiar de 10, 20 ou 30 anos pela Caixa Econômica, o que vai definir é a prestação que cabe no bolso dele. No nosso caso, é a prestação que cabe no bolso da nossa cidade de Contagem. Estamos fazendo isso na tentativa de aumentar o nível da Educação, ofertar espaço onde as escolas da região possam fazer o contraturno de forma decente, adequada, com o nível que as crianças da periferia infelizmente até hoje não tiveram acesso. Eu que venho de escola pública posso dizer que faço isso sonhando com o dia em que a gente possa inaugurar a primeira (Escola em Tempo Integral), proporcionando aos nossos pequenos e jovens uma vida melhor".
[caption id="attachment_28166" align="alignleft" width="300"] Os esclarecimentos foram prestados aos vereadores e à população[/caption]TRANSPARÊNCIA "Fiz aqui algumas observações sobre projetos, empréstimos e aluguéis, todos assuntos que estão tentando polemizar. Para cada um nós temos as respostas. Cada um dos vereadores tem acesso a essas reclamações, seja no Portal da Transparência, solicitando à Secretaria de Governo ou qualquer outra competente, porque não há como esconder nada no dia de hoje. Tudo é público, o dinheiro que a Prefeitura tem no cofre, as decisões que o prefeito toma. Não há nada clandestino na Prefeitura. Podemos discordar das decisões, mas não da transparência. Veja se é possível eu chegar para uma pessoa que vende cartuchos (de impressoras) para a Prefeitura e negociar comissão para comprá-los mais caros? Isso é absurdo. O Setor de Compras é de toda a Prefeitura. É impossível uma cidade do porte de Contagem tomar conta de cada centavo. Tem delegação de poderes para isso. Apontem onde está a desonestidade de algum servidor que vamos atrás. Essa responsabilidade é do prefeito. Mas insinuar que eu levo vantagem nisso é de uma irresponsabilidade absurda".
MENOR CUSTO DA VARRIÇÃO "Reduzimos em 40% o valor do contrato de capina e varrição. Na última licitação, o preço da hora foi reduzido 40%. Compare quanto que Contagem paga pela coleta do lixo com Belo Horizonte, Ribeirão das Neves, Santa Luzia. Verifique os grandes contratos e veja se há margem para o prefeito fazer farra com o dinheiro público".
GASTOS COM VIAGENS "Fiz as viagens. Falar de cada uma delas vai tomar tempo. Em todas elas, com muito orgulho, estive representando os interesses da cidade. Ao contrário do que disseram, de que foram gastos R$ 2 milhões em 2017, segundo minha assessoria foram gastos em torno de R$ 130 mil com as minhas viagens para a França, Irlanda e Finlândia. No ano passado estive em Israel. Foi falado da Hyperloop. Saí de Contagem, fui à Califórnia (Estados Unidos) junto com o presidente da Fiemg, disputando com dezenas de cidades pelo mundo afora, não apenas na América Latina, e conseguimos trazer a Hyperloop para cá e assinar um contrato de instalação. Parte das responsabilidades é do Município e parte do governo do Estado. O Estado não cumpriu e a empresa também ficou impedida de cumprir seus compromissos. O secretário (de Desenvolvimento Econômico) Sant’Clair (Schmiett Terres) se reuniu com representantes do novo governo de Minas e da Hyperloop e o governo se comprometeu ainda neste mês a resolver a situação. Estamos falando da startup mais valiosa do mundo. Todo mundo fala disso, o mundo inteiro está de olho na Hyperllop. Temos o orgulho de trazê-la para nossa cidade e um vereador irresponsável vem ridicularizar um processo desse. Na semana passada tivemos que nos reunir com a empresa para desfazer este mal entendido. É muito importante que a gente se atente para o ato de qualquer agente público, agente político. Tudo tem consequência. Não ter simpatia pelo prefeito, não gostar dele, é direito de qualquer um. Não gostar da sua cidade e comprometer a reputação do mandatário é irresponsabilidade sobretudo com quem mais precisa. A nossa cidade, ao contrário do que muitos dizem, não é uma cidade rica. Temos um orçamento grande, mas problemas muito maiores e muito mais antigos. Basta dar uma volta na periferia para saber disso. O dinheiro de Contagem é sagrado. Eu respeito cada centavo que a gente gasta na Prefeitura. Tenho tido muita tristeza com a situação econômica, porque eu queria poder proporcionar para nossa gente dias melhores. Não estou preocupado, e digo isso de forma muito responsável, com a reeleição. Ela será no momento certo, vai chegar, ela é em outubro do ano que vem. Até lá, meus irmãos, precisamos trabalhar muito para entregar à nossa gente uma cidade melhor. Até lá eu sou prefeito sem partido para conseguir transitar no meio de vocês com a cabeça erguida, discutindo os melhores interesses da cidade. Podem fazer oposição, mas o façam com responsabilidade. Recentemente os jornais noticiaram que o vereador que fez essas denúncias foi preso embriagado e encontraram substâncias proibidas no carro dele, maconha. Eu nunca fiz uma postagem. Esse rapaz e o pai dele são meus adversários políticos declarados. Eu tenho muito orgulho de que eles sejam mesmo, pois somos muito diferentes. Não tenho nada a ver com eles. Nem fiz e nem permiti que fizessem (postagens sobre a apreensão de maconha com o vereador), porque é um problema humano. Um menino como aquele envolvido com droga e dirigindo bêbado merece são as nossas orações. Eu torço pelo reestabelecimento dele. Quero que ele saia deste buraco. Minha assessoria disse que ele gravou um vídeo na sexta-feira passada dizendo que está com medo de andar pelas ruas porque está mexendo com gente perigosa. Se ele estava se referindo a mim, ele pode esquecer. Eu sei fazer política de cabeça erguida e no mais alto nível. Ele não corre nenhum perigo comigo nem com a minha equipe. Mas se ele está indo buscar drogas em boca de fumo, se ele está dirigindo bêbado, ele tem que temer pela vida mesmo. Eu sei que ele tem pai, mãe, irmã e eu rezo e peço que rezem para que ele se recupere, e que trate com responsabilidade o mandato que milhares de pessoas, a saber da mesma região que eu tenho origem, onde eu me reúno, quando posso, com meus amigos de infância e de adolescência, que vão lá para casa, que a gente faz farra, toca violão e se lembra dos tempos antigos. Não vivo lá mais, mas meu coração está lá, na periferia. Que ele use o mandato para o bem. Pode fazer oposição ao prefeito. Vai chegar o tempo se ele quiser ser candidato a outra coisa, ou o próprio pai dele, que o faça e que construa. Mas dá para fazer isso com dignidade, com decência e de maneira honesta e correta".
DESABAFO "Peço desculpas a todos (presentes na Câmara de Vereadores). Precisava fazer esse desabafo, é meu dever, e faço com muito respeito a essa Casa e ao povo de Contagem. Eu não sou fanfarrão, temos passado por momentos difíceis, sei que a população está revoltada e indignada com a situação que a cidade atravessa, mas estamos trabalhando firmes e a minha esperança é que ainda no primeiro semestre a gente recupere a boa impressão e possa ofertar uma cidade melhor em todos os aspectos para a nossa gente, que é isso que a nossa gente merece. Deixa a eleição com seu tempo, a disputa política para o seu tempo, e vamos cuidar das pessoas que mais precisam".